Opinião Emerson Souza Gomes: Dois dedos de prosa e alguma rima


É perigoso lidar com um problema do tamanho de uma pandemia, reproduzindo ideias, falares e posturas de um ou de outro político – seja do Presidente da República, seja dos Governadores. – Os políticos pensam no vírus, mas neste momento, no cenário nacional, pensam muito mais em votos. É o momento de nos preocuparmos com a realidade local.

Diálogo para uma maior visibilidade das pessoas

Em uma realidade local, números não conscientizam a população. É necessário dar visibilidade às pessoas, sobretudo, às vítimas, algo mais fácil de se implementar em pequenos municípios. Incentivar a população a observar a evolução da doença nos círculos de relacionamento, do mais afastado, para o mais próximo, é uma forma de trocar números por pessoas.



Diálogo com a população vulnerável

Não me refiro aos idosos e às pessoas com alguma comorbidade. Os vulneráveis, a que me refiro, é o sem número de pessoas que, por falta de cultura e de conhecimento, se vê fragilizada. Devemos cumprir com o papel de cidadãos que somos. Temos que educar alertando para o uso da máscara e de mantermos distanciamento social inteligente.

Diálogo para chegar a um acordo

Mesmo não acreditando na máscara ou no distanciamento social, essas posturas não criam um ônus para a economia; não há razão para não as incentivar. Se o país está dividido, não há motivo para municípios se dividirem no combate à pandemia.

Diálogo com jovens

Em outro momento, fiz um comparativo do que passamos com o HIV. Foi necessário muito diálogo, naquela ocasião, até estabelecermos um consenso sobre a segurança nas relações sexuais. Temos que estabelecer um diálogo constante com os jovens a respeito da covid. O momento é de impor responsabilidade através do diálogo e da boa propaganda.

Diálogo com idosos e pessoas com comorbidade

O isolamento vertical não está proibido. Você e seus familiares podem chegar a um consenso e implementá-lo. Se você defende o isolamento vertical, não espere pelo governo.

Lockdown

Quando um gestor público determina fechamento de comercio, praias, enfim, usa do lockdown, ele não está combatendo o avanço do virus. Em última análise, está combatendo a falta de educação, de respeito, e de civilidade. Se todos lavassem as mãos, cobrissem o nariz com a máscara, mantivessem distância, não haveria necessidade de medidas extremas. Se o lockdown é contestado como medida sanitária efetiva, certamente, é uma medida educativa. Nada há que se reclamar. No mais, salvo prova em contrário (e que faça a prova quem duvida), o sistema de saúde está comprometido.

Imunidade de rebanho

A imunidade de rebanho é um fato científico, mas também é um fato histórico do século XIX, afeito à seleção natural. Existindo vacinas, protocolos e orientação científica, não há porque admitir, em pleno século XXI, o sacrifício de vidas.

Ponto final

Não trago soluções técnicas – não tenho formação na área da saúde. – Trago dois dedos de prosa e alguma rima…

“Sextamos!
E queremos sextar na próxima sexta!
E na outra também…
E assim por diante…
Ponha a máscara na frente
Lave as mãos urgente
Fique ciente:
“Não chegue perto de gente!”
Assim, todos vamos em frente.
Seja
Cons-ci-en-te!”

Emerson Souza Gomes
Blogueiro e advogado
www.cenajuridica.com.br



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