Cidade já sofre com a falta de gás nas distribuidoras desde segunda-feira

Eudes Lima explica que tem estoque para mais três dias e que deve receber amanhã a metade da quantia de botijões que normalmente recebe

Na manhã de hoje, dia 25, a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, ASMIRG-BR emitiu uma nota de orientação aos revendedores para os cuidados diante do risco de pandemia. “A falta de atenção do Governo Federal no setor GLP já vem provocando desabastecimento e podemos ter ainda aumento do preços”, afirmou o presidente da entidade, Alexandre Jose Borjaili. Em São Francisco do Sul, uma das distribuidora disse que tem gás para mais três dias.

O empresário Eudes Lima, confirma que a reposição das cargas costuma ser nas segundas, quartas e sextas, mas que nesta semana ainda não recebeu. “Talvez amanhã venha 50% da quantidade que normalmente vem”, explica.

Lima diz que as vendas normalizaram nos últimos dias. A empresa continua fazendo as entregas de casa em casa. “Me preparei um pouco, mas tenho gás para mais três dias normal”, prevê.

Uma das orientações da ASMIRG-BR é de que as revendedoras priorizem o atendimento nas portarias. “Onde há condições de manter uma boa higienização e cuidados”, salienta o presidente.

Borjaili disse que o abastecimento já está fragilizado, com limitação quotas. “Isso quando não encontramos bases de companhias paradas ou por falta de recipientes de sua marca ou por falta de bombeio da Petrobras”, enfatiza. Segundo ele, a entidade tem alertado as autoridades para que sejam adotas medidas emergenciais.

O representante dos revendedores explica que há um desencontro dentro do Governo Federal e que isso prejudica o diálogo. “O que me deixa preocupado é que o Ministério de Minas e Energia quando comunico o problema ele diz que não é da alçada dele e joga para a Agência Nacional de Petróleo (ANP)”, relata.

O presidente da associação explica que os revendedores estão vivendo duas situações: uma de regulação que não está ajustada a atual demanda e outra a Petrobras. “A Petrobras não nos dá nenhuma garantia, não nos conforta nem informando da necessidade de importação. A elevação do consumo é geral no país inteiro”, cobra. Ele afirma que a estatal se omite.

A Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, ASMIRG-BR enviou para a ANP e para o Ministério de Minas e Energia um conjunto de medidas emergências que precisam ser tomadas para atender o setor. Dentre os pedidos estão:

  • fechamento imediato das Centrais de Destroca – CDs: para e evitar mais transito desnecessário de nossa equipe como mais eficiência para garantia do abastecimento, caso semelhante a da crise da greve dos caminhoneiros;
  • liberação do enchimento de outras marcas a todas distribuidoras
  • monitoramento/ações corretivas e punitivas as bases das distribuidoras que apresentarem irregularidades (falta) do abastecimento a sua rede de revendedores.
  • liberação do comércio entre revenda independente de seu vínculo a uma distribuidora ou pela opção de ser independente.
  • tolerância na capacidade de armazenamento das revendas em até 30%.
  • liberação de linha de credito especial, emergencial, para capital giro, compra de mais GLP e vasilhames, compra de equipamentos, sem restrições, a todas as revendas que apresentarem balancete que comprove sua atividade no mercado nos últimos 12 meses. Os valores variam de R$ 50 mil a R$ 200 mil.

Segue abaixo o Comunicado de Utilidade Pública emitido pela entidade

COMUNICADO DE UTILIDADE PÚBLICA

ABASTECIMENTO GÁS DE COZINHA – A Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, ASMIRG-BR orienta a todos revendedores os cuidados diante ao risco desta pandemia, orientamos a priorização no atendimento via portarias, onde há condições de manter uma boa higienização e cuidados.

Informamos que o abastecimento já esta fragilizado, com limitação de quotas, isso quando não encontramos bases de Companhias paradas, ou por falta de recipientes de sua marca ou por falta de bombeio da Petrobras. Temos alertado nossas autoridades para medidas emergenciais, infelizmente, as medidas necessárias para garantia do abastecimento e segurança dos profissionais envolvidos não nos chegam no tempo necessário.

A falta de atenção do Governo Federal no setor GLP já vem provocando desabastecimento e podemos ter ainda aumento do preços, ontem, 24/03/20, uma cidade através da PMBA fechou nossas revendas devido a um decreto municipal, as Companhias Distribuidoras em função de acordos contratais estão sujeitas a elevação de seus custos ou mesmo não ter aceito o pedido de aumento de suas quotas de retirada, além desta questão, há a questão da marca, com aumento das vendas, as Companhias para terem vasilhames para envasar ou retardam o abastecimento com limitações de vendas, ou terão que comprar mais recipientes de sua marca, um investimento fora de qualquer projeção que gera com certeza o aumento dos preços, tudo isso, pela omissão de nossas autoridades.

O momento não é para discutirmos nossas diferenças, e sim garantir o abastecimento, se há necessidade de encher botijões de outras marcas, que a quebra de um contrato seja necessária na Petrobras, que façamos de forma emergencial, como exceção e que estas questões não sejam utilizadas amanhã para isso ou aquilo, o momento é de cuidados, tratamos de vidas, de amor ao próximo, de solidariedade, de humanismo, e desta forma, reforçamos aos agentes do governo, priorização em medidas para garantir o abastecimento a população brasileira, de condições básicas a atividade Distribuidora e Revenda.

Att. Alexandre Jose Borjaili – Presidente da ASMIRG-BR