O mercado de GNV, como a maioria das atividades e setores, foi afetado pela grave crise sanitária e econômica mundial. Em março e abril de 2020 o consumo de GNV caiu 38% em comparação com os mesmos meses de 2019. Mas desde o início de maio há uma reação significativa nos volumes de vendas com a retomada de algumas atividades econômicas no estado. A expectativa é de que, no curto prazo, elas atinjam 80% a 90% do volume projetado no início do ano pela SCGÁS. A companhia, inicialmente, previa um crescimento superior a 2% na comparação com o exercício anterior.
Antes da crise, o mercado do GNV em Santa Catarina, terceiro maior do país, mantinha seu processo de retomada desde 2016. Nos últimos três anos foram 15.851 novos veículos adaptados para GNV com placas do estado, incremento de 17% da frota. O consumo cresceu 35% no mesmo período e se aproximava dos volumes recordes, registrados em 2011 (mais detalhes do gráfico). Prova disso é que em janeiro e fevereiro de 2020 foram registrados patamares de venda do GNV ainda maiores que nos mesmos meses de 2019.
Preço em SC entre os mais baixos do país
A forte queda do preço da gasolina durante a pandemia preocupou os usuários de GNV, que viram a diferença entre os combustíveis diminuir. Mas esse cenário perdurou por pouco tempo: a Petrobras anunciou três novos reajustes e o preço da gasolina já subiu cerca de 30% em maio. E, no caminho contrário, o GNV segue com projeção de queda acima de 20% no próximo reajuste ordinário previsto para julho, conforme acompanhamento do custo do insumo feito mensalmente pela SCGÁS.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que o GNV em Santa Catarina foi comercializado, em média, a R$ 3,06 por metro cúbico em abril, terceiro menor preço do país. Da mesma forma, a tarifa prática pela SCGÁS cobrada aos postos, de R$ 1,82 por metro cúbico incluindo os impostos, é também a terceira menor do Brasil. O preço do GNV catarinense, que já era um dos menores do país mesmo durante o auge da crise, deve se posicionar como mais barato com a queda de tarifa projetada para o segundo semestre.
Competitividade do produto
A regulação catarinense prevê para o gás natural apenas reajustes ordinários a cada semestre (01/01 e 01/07) ou, em caso de oscilações significativas nos custos, extraordinários a cada trimestre (01/04 e 01/10). O objetivo é proporcionar mais estabilidade e previsibilidade ao mercado, diferentemente de outros combustíveis, como a gasolina e o etanol, que repassam semanalmente as oscilações de preço para os consumidores. Usuários do produto que verificarem eventual prática de preços abusivos do GNV nos postos e revendas podem acionar Procon/SC no telefone 151.
Estudos da SCGÁS mostram que o GNV tem como teto para a competitividade em preço frente à gasolina o percentual de preço de 70% desse principal concorrente. Antes de abastecer, o usuário pode fazer essa conta no site da distribuidora em um simulador de economia.
O GNV atende hoje mais de 107 mil usuários, segundo dados de março, com 134 pontos de venda em 50 cidades catarinenses. Os usuários buscam o produto por conta da economia oferecida, especialmente para contribuir com as atividades de taxistas, motoristas de aplicativos, representantes comerciais e usuários que usam o veículo para lazer e turismo.
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