São Francisco do Sul recebe “O Doente Imaginário”, clássico mundial do teatro de comédia

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Considerado pelos especialistas em teatro como um dos melhores textos de comédia escrito pelo dramaturgo francês Molière (1622-1673), a peça “O Doente Imaginário” chega à São Francisco do Sul na próxima semana. A adaptação é da Cia. Limite 151 (RJ), que fará apresentação gratuita no Cine Teatro X de Novembro, no dia 17 de novembro, às 20h. A circulação do espetáculo por Santa Catarina, que também passará por Joinville, tem o patrocínio da ArcelorMittal Vega, via Lei de Incentivo à Cultura.

O Doente Imaginário foi a última peça escrita e encenada por Molière, que sofreu um ataque em pleno palco, durante uma apresentação, morrendo pouco depois.Obra-prima do gênero, com tradução e adaptação de João Bethencourt, a peça reúne intrigas e romance na mesma trama. Angélica, filha de Argan, um rico e avaro burguês (tipo muito presente nas comédias de Molière), vítima de hipocondria, apaixona-se por um rapaz, o romântico Cleanto. O pai, no entanto, quer que ela se case com um médico, pois desta forma teria assegurado consultas gratuitas sem ao menos precisar sair de casa.

Famosa pela montagem de clássicos, a Cia Limite 151 completou 30 anos em 2022 e já montou diversos textos de Molière como O Avarento, Tartufo, As Preciosas Ridículas, As Malandragens de Escapino e As Eruditas. Em O Doente Imaginário, Molière fazia o papel-título quando, ironicamente, teve um ataque em pleno palco, durante a quarta apresentação. Levado para casa, morreu pouco depois. “Molière costumava escrever as peças para ele mesmo. Em sua companhia de teatro, ele era o dramaturgo, o diretor e o ator principal. Talvez seja por isso que os seus protagonistas sempre tiveram muito destaque, pois ele escrevia a peça pensando em si mesmo”, conta a diretora Jacqueline Laurence.

Francesa de Marselha, Jacqueline Laurence chegou ao Brasil aos 16 anos. Em 50 de profissão, ganhou dois prêmios Molière e um Mambembe de melhor atriz. Em 1984, estreou na direção e, desde então, passou a exercer as duas funções. Como encenadora, esteve à frente de peças de sucesso como Louro, Alto, Solteiro, Procura com Miguel Falabella; Sereias da Zona Sul com a dupla Miguel Falabella e Guilherme Karam; Dias Felizes com Fernanda Montenegro; Personalíssima com Rosamaria Murtinho, e Tartufo, de Molière, um dos seus textos preferidos.

“Gosto muito de Molière. Já fiz O Avarento e O Doente Imaginário, como atriz. Agora estou tendo a experiência de dirigir esse texto especial, porque foi o último que ele escreveu antes de morrer, e, portanto, já tem toda a carga de experiência que Molière tinha como homem de teatro, autor, ator, chefe de companhia teatral”.

Para Jacqueline, os textos de Molière ainda são atuais. “O Doente Imaginário é uma comédia extraordinária que, como em todos os trabalhos do autor, nos traz uma visão crítica sobre a humanidade. Esse é um dos motivos para que seus textos façam sucesso ainda hoje”, explica Jacqueline. Além disso, a diretora afirma que a peça tem um humor inteligente, sem deixar de ser popular e acessível a todos os tipos de público.

Sobre Molière

Autor de obras-primas da comédia, como Tartufo, Jean-Baptiste Poquelin, conhecido como Molière, foi batizado em Paris em 15 de janeiro de 1622. Filho de um rico fornecedor de tapetes da casa real, Molière recebeu educação privilegiada no colégio de Clermont. Recusou-se, porém, a seguir a carreira do pai e decidiu abraçar o teatro quando, em 1643, fundou em Paris, junto com outros nove atores, a companhia L’Illustre-Théâtre, que faliu 16 meses depois. O duque de Épernon patrocinava a trupe. O cenário era Lyon, 1653. Nessa época Molière começou a escrever comédias, incluindo O Marido Ciumento. Em 1658 Molière e os Béjarts voltaram a Paris. Agora sob o patrocínio de Monsieur, irmão do rei, a trupe passou a compartilhar um teatro com uma companhia italiana de commedia dell’arte. Em 1659, As Preciosas Ridículas lançou Molière como diretor. Em 1663 casou-se com Armande Béjart. Nessa época, Molière tornou-se um dos autores favoritos do rei Luis XIV. Em O Doente Imaginário, Molière fazia o papel-título quando, ironicamente, teve um ataque em pleno palco, durante a quarta apresentação. Levado para casa, morreu pouco depois. Sua esposa teve que implorar ao rei que intercedesse junto ao arcebispo de Paris para que pudesse enterrar o artista, um direito a que os atores tinham de abdicar ao escolher a profissão.

Sobre a Cia Limite 151

A Cia Limite 151, que completou 30 anos em 2022, tem como objetivo a pesquisa e o desenvolvimento de uma concepção estética que identifique na linguagem cênica diferentes formas de construção do pensamento. A Cia é formada pelos atores Gláucia Rodrigues e Edmundo Lippi e pelo compositor Wagner Campos, que, juntos desde 1991, já encenaram as peças: Os Sete Gatinhos de Nelson Rodrigues, direção de Marcelo de Barreto; O infanto-juvenil Dom Quixote, adaptação de Wagner Campos, direção de Cláudio Torres Gonzaga; A Comédia dos Erros e O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, direção de Cláudio Torres Gonzaga; À Margem da Vida, de Tennessee Williams, direção de Roberto Vignati; Frankenstein, de Mary Shelley, adaptação de Sidnei Cruz, direção de Angela Leite Lopes; As Malandragens de Scapino, de Molière, direção de João Bethencourt; O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, direção de Sidnei Cruz; O Avarento, de Molière, tradução e direção de João Bethencourt; A Moratória, de Jorge Andrade, direção de Sidnei Cruz; O Casamento Suspeitoso de Ariano Suassuna; Auto da Compadecida de Ariano Suassuna com direção de Sidnei Cruz; O Santo e A Porca de Ariano Suassuna, direção de João Fonseca; Tartufo, O Impostor, de Molière, tradução e direção de Jacqueline Laurence; Os Contos de Canterbury, de G. Chaucer, direção de Sidnei Cruz, e As Preciosas Ridículas, de Molière, direção de Cláudio Torres Gonzaga, entre outras.

SERVIÇO:

Texto: Molière
Tradução: João Bethencourt
Direção: Jacqueline Laurence
Elenco: Élcio Romar, Gláucia Rodrigues, Edmundo Lippi, Rafael Canedo, Isabella Dionísio, Flávia Fafiães, Márcio Ricciardi, Léo Thuler e Diego Braga.
Classificação etária: 10 anos
Duração do espetáculo: 90 minutos

** SÃO FRANCISCO DO SUL

Quando: Dia 17 de novembro, às 20 horas.
Onde: Teatro X de Novembro, rua Dr. Hercílio Luz, 50, Centro.
Quanto: Gratuito, mediante a doação de 1kg de alimento não perecível. Ingressos pelo site https://www.eticketcenter.com.br/eventos/teatro/o-doente-imaginario-sfs/17-11/20-00/ ou na bilheteria do teatro, nos dias 16 e 17, a partir das 13h30.

*A sessão terá tradução em libras.

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